Depois de quase todos os portais brasileiros abrirem seus canais de webjornalismo participativo, agora é a vez do Yahoo! fazer o mesmo com seu Yahoo! Repórter. Para a cobertura do PAN 2007, qualquer estudante universitário de 18 a 25 anos poderá se credenciar como repórter. Como exigem também carteira de trabalho, é de se imaginar que estejam pensando em pagar aos participantes.
Em tempo: a explicação não fala nada sobre o candidato precisar estar cursando Jornalismo.
Thursday, March 29, 2007
Wednesday, March 28, 2007
O PAPEL DAS ELITES
Folha de S. Paulo
Mais!
São Paulo, domingo, 25 de março de 2007
+ Mídia
O papel das elites
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2503200711.htm
Pioneiro na informação on-line, Robert Cauthorn diz que barateamento
da banda larga e telas portáteis de alta qualidade modificarão
profundamente os jornais impressos, que em breve deverão sair apenas
nos fins de semana
LAURE BELOT PASCALE SANTI
Para o jornalista americano Robert Cauthorn, pioneiro da informação
on-line, a revolução digital nos meios de comunicação promete
aposentar o jornalismo diário em papel em apenas uma geração.
Segundo o responsável pela adaptação à web de jornais como o "San
Francisco Chronicle", premiado pela Newspaper Association of America
como "pioneiro digital", a geração nascida com internet prescinde de
folhear as páginas impressas do jornal.
A mudança é só uma questão de os preços do "papel eletrônico" e das
conexões sem fio chegarem a um nível acessível, disse ele na
entrevista abaixo, dada ao "Le Monde".
PERGUNTA - O "Yantai Daily", na China, e o "Les Echos", na França,
estão fazendo experimentos com jornais que podem ser lidos numa
simples folha eletrônica. Quando os jornais existirão apenas em
formato digital?
ROBERT CAUTHORN - A revolução digital já está em curso. A hegemonia
será dos suportes eletrônicos, que permitem o acesso a informações
constantemente atualizadas.
É pouco provável que um adolescente de hoje, integrante da geração dos
"digital natives" [nativos digitais], nascidos com internet, leia um
jornal diário impresso quando chegar aos 30 anos. Tudo se acelera.
Já hoje, meu telefone 3G [de terceira geração] me permite acessar
vídeos de 30 imagens por segundo e um grande número de textos, a
qualquer momento e em qualquer lugar.
Os jornais impressos vão se tornar anacrônicos a partir do momento em
que houver ampla disponibilidade de telas de alta qualidade e baixo
preço e quando as conexões de banda larga e sem fio se generalizarem.
Isso deve acontecer em menos de cinco anos nos EUA.
PERGUNTA - Quer dizer então que o jornal de papel vai desaparecer?
CAUTHORN - Um livro impresso sempre terá razão de ser, já que pode ser
lido várias vezes ao longo de muitos anos.
Mas quais serão as vantagens do papel para um jornal? A força do
hábito para muitas gerações de leitores e o conforto da leitura em
folhas grandes, mais agradável do que a leitura na tela.
Mas tudo vai mudar com a chegada, após a generalização da banda larga,
da tinta eletrônica e das telas flexíveis.
Para produzir um jornal de papel, árvores são cortadas, transportadas,
transformadas em celulose e depois em rolos gigantes de papel que são
transportados para gráficas.
Jornais são impressos, embalados, carregados sobre caminhões e depois
descarregados nos pontos-de-venda.
Os consumidores os compram, os levam para suas casas e, depois, os
jogam no lixo. Eles são recolhidos por caminhões e, na melhor das
hipóteses, levados a centros de reciclagem.
Tudo isso guarda mais relação com a logística do que com a informação!
Para um produto tão imediato quanto um jornal, esse desperdício é
obsoleto.
PERGUNTA - Como as organizações de imprensa vão se adaptar?
CAUTHORN - Os jornais nunca foram precursores, mas o modelo econômico
do jornal em papel, que já se encontra sob pressão há dez anos, será
cada vez mais pressionado. Quase todos os jornais dos países
desenvolvidos perdem dinheiro entre segunda e quinta-feira e são
lucrativos apenas três dias por semana.
O leitor que compra seu jornal sete dias por semana praticamente
desapareceu. Doze anos atrás, eu criei para o "San Francisco
Chronicle" um dos cinco primeiros sites de informação na internet.
Dentro de 12 anos, duvido que os jornais impressos ainda sejam diários.
Dentro de cinco a dez anos vão surgir jornais impressos três dias por
semana: às sextas e aos sábados e domingos.
Paralelamente, eles oferecerão informações na internet ou outras
plataformas digitais durante sete dias por semana, 24 horas por dia.
O conteúdo desses jornais em papel será mais contextualizado,
lembrando o das revistas atuais; os furos ou informações quentes já
terão sido dados na versão digital.
PERGUNTA - Que conteúdo os jornais deverão propor?
CAUTHORN - Hoje os jornais oferecem uma informação generalista.
Amanhã, terão que se adaptar aos universos diferentes dos leitores.
Estes vão querer uma informação concisa e pertinente, que lhes seja
entregue "on demand" [por encomenda].
Assim, os longos artigos narrativos sempre existirão, mas de maneira
menos dominante.
Hoje mesmo as pessoas já têm a tendência a ler apenas os títulos.
Dentro das próprias redações dos jornais, é difícil encontrar pessoas
que lêem um jornal inteiro. Essa tendência vai se ampliar.
PERGUNTA - Os jornais se tornarão um produto de consumo amplo?
CAUTHORN - É claro que não! Uma paisagem feita de informações que
respondem apenas à demanda seria deplorável.
Entretanto, para serem lidos, os artigos terão que ser ainda mais
surpreendentes, em vista da enorme concorrência representada pela
profusão de informações disponíveis. Os jornalistas terão que pensar
de maneira diferente e se preocupar mais com seu público.
Há uma verdadeira revolução por vir. Hoje a maior preocupação dos
jornalistas ainda é com os horários de fechamento e com a questão de
fazer a informação sair o mais rapidamente possÍvel. O desafio é
grande, mas o momento é apaixonante para o jornalismo.
PERGUNTA - Como vão evoluir os blogs ou o jornalismo cidadão e
colaborativo? Estamos assistindo ao fim do quarto poder?
CAUTHORN - Não. Mas ele terá que aceitar compartilhar seu poder. Já
hoje, nos EUA, blogueiros privados, que não têm o patrocínio de
nenhuma instituição, gozam de tanta notoriedade junto ao público
quanto os maiores editorialistas.
Até hoje as pessoas que controlavam os jornais eram aquelas que tinham
voz de autoridade no debate público. Isso era algo inerente ao
equilíbrio de poder entre a imprensa e as instituições. Essa divisão
de papéis pertence ao passado.
Os blogs nunca vão tomar o lugar do jornalismo, mas vão continuar
fazendo parte da paisagem. Quanto ao jornalismo cidadão, vai
constituir uma maneira rápida e eficaz de revelar um acontecimento,
mas nem por isso tornará obsoleto o jornalismo tradicional.
Apesar disso, não creio que esse tipo de jornalismo seja capaz de
lançar luz sobre crimes ou temas políticos.
Para isso é preciso que se tenha acesso a determinadas fontes, e,
sobretudo, é preciso contar com a proteção de uma instituição como um
jornal.
Este texto foi publicado no "Le Monde". Tradução de Clara Allain.
Mais!
São Paulo, domingo, 25 de março de 2007
+ Mídia
O papel das elites
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2503200711.htm
Pioneiro na informação on-line, Robert Cauthorn diz que barateamento
da banda larga e telas portáteis de alta qualidade modificarão
profundamente os jornais impressos, que em breve deverão sair apenas
nos fins de semana
LAURE BELOT PASCALE SANTI
Para o jornalista americano Robert Cauthorn, pioneiro da informação
on-line, a revolução digital nos meios de comunicação promete
aposentar o jornalismo diário em papel em apenas uma geração.
Segundo o responsável pela adaptação à web de jornais como o "San
Francisco Chronicle", premiado pela Newspaper Association of America
como "pioneiro digital", a geração nascida com internet prescinde de
folhear as páginas impressas do jornal.
A mudança é só uma questão de os preços do "papel eletrônico" e das
conexões sem fio chegarem a um nível acessível, disse ele na
entrevista abaixo, dada ao "Le Monde".
PERGUNTA - O "Yantai Daily", na China, e o "Les Echos", na França,
estão fazendo experimentos com jornais que podem ser lidos numa
simples folha eletrônica. Quando os jornais existirão apenas em
formato digital?
ROBERT CAUTHORN - A revolução digital já está em curso. A hegemonia
será dos suportes eletrônicos, que permitem o acesso a informações
constantemente atualizadas.
É pouco provável que um adolescente de hoje, integrante da geração dos
"digital natives" [nativos digitais], nascidos com internet, leia um
jornal diário impresso quando chegar aos 30 anos. Tudo se acelera.
Já hoje, meu telefone 3G [de terceira geração] me permite acessar
vídeos de 30 imagens por segundo e um grande número de textos, a
qualquer momento e em qualquer lugar.
Os jornais impressos vão se tornar anacrônicos a partir do momento em
que houver ampla disponibilidade de telas de alta qualidade e baixo
preço e quando as conexões de banda larga e sem fio se generalizarem.
Isso deve acontecer em menos de cinco anos nos EUA.
PERGUNTA - Quer dizer então que o jornal de papel vai desaparecer?
CAUTHORN - Um livro impresso sempre terá razão de ser, já que pode ser
lido várias vezes ao longo de muitos anos.
Mas quais serão as vantagens do papel para um jornal? A força do
hábito para muitas gerações de leitores e o conforto da leitura em
folhas grandes, mais agradável do que a leitura na tela.
Mas tudo vai mudar com a chegada, após a generalização da banda larga,
da tinta eletrônica e das telas flexíveis.
Para produzir um jornal de papel, árvores são cortadas, transportadas,
transformadas em celulose e depois em rolos gigantes de papel que são
transportados para gráficas.
Jornais são impressos, embalados, carregados sobre caminhões e depois
descarregados nos pontos-de-venda.
Os consumidores os compram, os levam para suas casas e, depois, os
jogam no lixo. Eles são recolhidos por caminhões e, na melhor das
hipóteses, levados a centros de reciclagem.
Tudo isso guarda mais relação com a logística do que com a informação!
Para um produto tão imediato quanto um jornal, esse desperdício é
obsoleto.
PERGUNTA - Como as organizações de imprensa vão se adaptar?
CAUTHORN - Os jornais nunca foram precursores, mas o modelo econômico
do jornal em papel, que já se encontra sob pressão há dez anos, será
cada vez mais pressionado. Quase todos os jornais dos países
desenvolvidos perdem dinheiro entre segunda e quinta-feira e são
lucrativos apenas três dias por semana.
O leitor que compra seu jornal sete dias por semana praticamente
desapareceu. Doze anos atrás, eu criei para o "San Francisco
Chronicle" um dos cinco primeiros sites de informação na internet.
Dentro de 12 anos, duvido que os jornais impressos ainda sejam diários.
Dentro de cinco a dez anos vão surgir jornais impressos três dias por
semana: às sextas e aos sábados e domingos.
Paralelamente, eles oferecerão informações na internet ou outras
plataformas digitais durante sete dias por semana, 24 horas por dia.
O conteúdo desses jornais em papel será mais contextualizado,
lembrando o das revistas atuais; os furos ou informações quentes já
terão sido dados na versão digital.
PERGUNTA - Que conteúdo os jornais deverão propor?
CAUTHORN - Hoje os jornais oferecem uma informação generalista.
Amanhã, terão que se adaptar aos universos diferentes dos leitores.
Estes vão querer uma informação concisa e pertinente, que lhes seja
entregue "on demand" [por encomenda].
Assim, os longos artigos narrativos sempre existirão, mas de maneira
menos dominante.
Hoje mesmo as pessoas já têm a tendência a ler apenas os títulos.
Dentro das próprias redações dos jornais, é difícil encontrar pessoas
que lêem um jornal inteiro. Essa tendência vai se ampliar.
PERGUNTA - Os jornais se tornarão um produto de consumo amplo?
CAUTHORN - É claro que não! Uma paisagem feita de informações que
respondem apenas à demanda seria deplorável.
Entretanto, para serem lidos, os artigos terão que ser ainda mais
surpreendentes, em vista da enorme concorrência representada pela
profusão de informações disponíveis. Os jornalistas terão que pensar
de maneira diferente e se preocupar mais com seu público.
Há uma verdadeira revolução por vir. Hoje a maior preocupação dos
jornalistas ainda é com os horários de fechamento e com a questão de
fazer a informação sair o mais rapidamente possÍvel. O desafio é
grande, mas o momento é apaixonante para o jornalismo.
PERGUNTA - Como vão evoluir os blogs ou o jornalismo cidadão e
colaborativo? Estamos assistindo ao fim do quarto poder?
CAUTHORN - Não. Mas ele terá que aceitar compartilhar seu poder. Já
hoje, nos EUA, blogueiros privados, que não têm o patrocínio de
nenhuma instituição, gozam de tanta notoriedade junto ao público
quanto os maiores editorialistas.
Até hoje as pessoas que controlavam os jornais eram aquelas que tinham
voz de autoridade no debate público. Isso era algo inerente ao
equilíbrio de poder entre a imprensa e as instituições. Essa divisão
de papéis pertence ao passado.
Os blogs nunca vão tomar o lugar do jornalismo, mas vão continuar
fazendo parte da paisagem. Quanto ao jornalismo cidadão, vai
constituir uma maneira rápida e eficaz de revelar um acontecimento,
mas nem por isso tornará obsoleto o jornalismo tradicional.
Apesar disso, não creio que esse tipo de jornalismo seja capaz de
lançar luz sobre crimes ou temas políticos.
Para isso é preciso que se tenha acesso a determinadas fontes, e,
sobretudo, é preciso contar com a proteção de uma instituição como um
jornal.
Este texto foi publicado no "Le Monde". Tradução de Clara Allain.
Saturday, March 17, 2007
Referências
Demorou, mas finalmente estou postando aqui o link para a página onde coleto artigos sobre jornalismo e outros assuntos internéticos.
Já neste outro link vocês encontram o relatório do Project for Excellence in Journalism.
Se alguém tiver dúvidas ou precisar de dicas sobre bibliografia, estou à disposição nos horários de aula.
Já neste outro link vocês encontram o relatório do Project for Excellence in Journalism.
Se alguém tiver dúvidas ou precisar de dicas sobre bibliografia, estou à disposição nos horários de aula.
Friday, March 16, 2007
Wednesday, March 7, 2007
Cronograma Noite
7/3 - Introdução
14/3 - Mapa da Mídia Digital
21/3 - Jornalismo Online
28/3 - Jornalismo Online + Apresentação
4/4 - Cibercultura
11/4 - Cibercultura + Apresentação
18/4 - Inclusão Digital + Atividade
25/4 - Convergência
2/5 - Convergência + Apresentação
9/5 - Web 2.0
16/5 - Web 2.0 + Apresentação
23/5 - Blogs e Privacidade
30/5 - Blogs e Privacidade + Apresentação
6/6 - Jornalismo Participativo
13/6 - Jornalismo Participativo + Apresentação
20/6 - Wireless + Direitos Autorais
27/6 - G1 - Interatividade
4/7 - G2
14/3 - Mapa da Mídia Digital
21/3 - Jornalismo Online
28/3 - Jornalismo Online + Apresentação
4/4 - Cibercultura
11/4 - Cibercultura + Apresentação
18/4 - Inclusão Digital + Atividade
25/4 - Convergência
2/5 - Convergência + Apresentação
9/5 - Web 2.0
16/5 - Web 2.0 + Apresentação
23/5 - Blogs e Privacidade
30/5 - Blogs e Privacidade + Apresentação
6/6 - Jornalismo Participativo
13/6 - Jornalismo Participativo + Apresentação
20/6 - Wireless + Direitos Autorais
27/6 - G1 - Interatividade
4/7 - G2
Thursday, March 1, 2007
Cronograma Manha 2007/1
2/3 - Introdução
9/3 – Mapa da Mídia Digital
16/3 - Jornalismo Online
23/3 – Jornalismo Online + Apresentação
30/3 - Cibercultura
6/4 - FERIADO
13/4 – Cibercultura + Apresentação
20/4 - Inclusão Digital + Atividade
27/4 - Convergência
4/5 - Convergência + Apresentação
11/5 – Web 2.0
18/5 - Web 2.0 + Apresentação
25/5 - Blogs e Privacidade
1/6 - Blogs e Privacidade + Apresentação
8/6 - Jornalismo Participativo
15/6 - Jornalismo Participativo + Apresentação
22/6 – Wireless + Direitos Autorais
29/6 - G1 - Interatividade
6/7 - G2
9/3 – Mapa da Mídia Digital
16/3 - Jornalismo Online
23/3 – Jornalismo Online + Apresentação
30/3 - Cibercultura
6/4 - FERIADO
13/4 – Cibercultura + Apresentação
20/4 - Inclusão Digital + Atividade
27/4 - Convergência
4/5 - Convergência + Apresentação
11/5 – Web 2.0
18/5 - Web 2.0 + Apresentação
25/5 - Blogs e Privacidade
1/6 - Blogs e Privacidade + Apresentação
8/6 - Jornalismo Participativo
15/6 - Jornalismo Participativo + Apresentação
22/6 – Wireless + Direitos Autorais
29/6 - G1 - Interatividade
6/7 - G2
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